quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

e num círculo eu faço um mundo

Escolher nunca foi a coisa mais fácil pra mim, não importa se pra decidir que bala eu compro ou o que eu vou fazer da minha vida. Também não sou brilhante: não me destaquei em nada na escola, e minha dificuldade de aceitar elogios, vergonha, timidez, e muitos outros, colaboraram pr'eu não achar que fosse excelente em algo. Daí já dá pra ver que eu tinha muitas dúvidas sobre o que fazer da minha vida, ainda mais no que eu faria bem pelo resto da vida.
Eu sempre quis muitas coisas, e eu sempre gostei de fazer coisas. Na primeira série eu comecei a escrever poeminhas bobos sobre bonecas bonitas e coisas que já não lembro, aos dez anos eu comecei a ter aulas de violão e lá pela terceira série eu fazia balé e resolvi começar a desenhar.
Se tem uma coisa que eu queria mesmo, e com certeza (ainda mais olhando meus sonhos secretos de infância), era criar algo. Algo grandioso, algo simplesmente foda. Algo que surpreendesse alguém, que impressionasse. Eu queria fazer algo que, não sei ,me fizesse sentir parte de uma coisa maior, algo que ficasse, talvez até por mais tempo do que eu. Queria fazer algo bonito. E nem precisa ser megalomaníaco assim, pode começar pequeno. Mas sei lá, tudo parece muito distante agora.
Talvez seja a falta de disciplina, ou o espírito macunaíma (ai, que preguiça!) que as vezes baixa em mim. Ou talvez falta de confiança, ou alguma causa desconhecida, vai saber? Só parece longe, sabe, não é uma coisa que eu possa dizer que seja concreta na minha vida. Não é algo que se realize, e isso não chega a me deprimir, mas eu penso nisso vez ou outra. Tipo nesse caso.
O que é fato mesmo, é que hoje eu tenho 19 anos, não faço mais balé nem violão, mas ainda sonho em tocar um instrumento (arraso na panderola de guizo, precisa ver). Volta e meia ainda faço os meus rabiscos, e desde a minha terceira série posso dizer que matei muitas árvores por causa deles, incluindo as que foram usadas pra fazer o caderno que uso agora. Minhas noites de insônia e minha mente maluca ainda me dão inspiração pra escrever e estou sempre cantarolando por ai. Também danço um bocado pela casa, e não necessariamente quando não tem ninguém olhando. E eu ainda quero fazer algo, criar mesmo, o mais maravilhoso que puder.

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